Permita-me desfalecer enquanto falo sobre coragens que não tenho.
Deixe-me ficar quando não houver mais disposição para ficar. Aceite minhas
falhas que hoje me definem e me limitam, mas diga o que for preciso pra
me corrigir. Deixe-me chorar pela incompletude desses dias que não
passam, mesmo que seja bobagem, mesmo que minha solidão seja infundada e
incompreensível. O telefone não toca e se você não conhece o desespero
do silêncio, apenas aceite.
Eu ando sorrindo mentiras por aí. Fazendo novos eus, para ver se você se apaixona novamente por mim, como se só houvesse
possibilidade de ser verdade ao lado de alguém. É coisa de gente que se
ilude, eu sei, gente que espera o aval de outras pessoas para ser
feliz. Mas é que me dá um aperto, uma angústia. Você sabe do que eu
estou falando, aquele sentimento que a gente tem quando todo dia é
segunda-feira, quando o arrependimento invade o peito. Eu espalhei muito sorriso à toa, pra ver se um deles te
prendia. Não funcionou. Mas ainda tenho
alguns guardados, chorosos, quase desistentes, quase sem motivo,
esperando valer à pena escapar pelos olhos.
Falta-me a consciência de amar. Sobra-me o medo de ser mal entendida.
Tenho limitações bobas que não se explicam com definições certas,
palavras existentes. Tem um dicionário inteiro de termos ainda não
criados para falar sobre mim, sobre o que eu sinto. Não sei o que, não sei o motivo, não sei
como. Não explico, me importo, me machuca. Apenas sou. E isso tem que bastar.
Você me pergunta se eu não vou mudar algum dia. Eu tento. Tenho um
coração cheio de dor ou amor. Se você não consegue ouvi-lo é porque não
sabe que faz ele
bater enquanto espero sua ligaçao, uma mensagem qualquer ou o momento
de te ver novamente. Me provoque, me ofenda, brigue comigo, mas não me
deixe presa no
comum. Não permita que a dor silencie meu coração.
Te Amo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário